Países da América Latina e do Caribe buscam cooperação Sul-Sul para combater o trabalho infantil

06 de julho de 2015

Uma reunião realizada no Brasil gerou acordos e compromissos com o objetivo de promover a Iniciativa Regional para uma América Latina e Caribe sem Trabalho Infantil. A reunião contou com a presença do novo Diretor Regional da OIT, José Manuel Salazar.

BRASÍLIA - Na semana passada, delegações de 25 países da América Latina e do Caribe concluíram as atividades da Mesa Redonda de Cooperação Sul-Sul voltada para o combate ao trabalho infantil, com a assinatura de quatro acordos formais, definindo 16 compromissos de atividades e 50 manifestações de interesse para colaboração futura.

Segundo estimativas da OIT, ainda existem 12,5 milhões de crianças trabalhadoras na região. O Diretor para a América Latina e o Caribe, José Manuel Salazar, destacou na abertura do encontro que seria necessário investir recursos equivalentes a 0,3% do PIB para erradicar o trabalho infantil até 2025.

A Mesa Redonda foi realizada no âmbito de uma Iniciativa Regional para uma América Latina e Caribe sem Trabalho Infantil, assinada pelos governos da região e apoiada pela OIT, que busca acelerar os esforços para erradicar essa prática. A reunião foi convocada pelo governo brasileiro como parte do Programa de Cooperação Sul-Sul Brasil-OIT.

A cooperação Sul-Sul, que ocorre de forma horizontal e promove a troca de experiências, o uso eficiente dos recursos disponíveis e a solidariedade internacional, é considerada uma alternativa importante em um momento em que os países enfrentam o desafio de fazer mais com menos.

Os participantes do encontro trocaram ideias sobre estratégias de mobilização de recursos, bem como boas práticas e mecanismos que facilitam a implementação de iniciativas de cooperação Sul-Sul.

Nas rodadas de negociações realizadas em Brasília, os países puderam trocar informações sobre as experiências exitosas que podem compartilhar, bem como sobre suas necessidades em termos de cooperação no combate ao trabalho infantil, que resultaram na forma de acordos, compromissos conjuntos atividades e numerosas expressões de interesse para colaboração futura.

A agenda incluiu temas como migração laboral, emprego juvenil, comunidades indígenas, transição da escola para o trabalho, educação, cadeias de valor, agricultura e tecnologias da informação.

Os acordos que seriam colocados em prática nos próximos três a seis meses prevêem atividades de intercâmbio de informações e ferramentas, treinamento, investigações conjuntas, transferência de metodologias, estágios de especialistas, entre outros.

Salazar destacou o fato de a Mesa Redonda regional ter sido realizada no Brasil “um país com o qual a OIT desenvolveu uma importante parceria. A Agência Brasileira de Cooperação (ABC) tem contribuído com uma quantidade significativa de recursos para a cooperação Sul-Sul, mostrando liderança em iniciativas desse tipo ”.

O Diretor Regional da OIT fez sua primeira visita oficial ao Brasil após assumir o cargo em 1º de junho.

Além de participar da Mesa de Cooperação, Salazar se reuniu com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rosetto, com o diretor da ABC, Fernando de Abreu , bem como com outros representantes do governo.

“Nessas reuniões, tive a oportunidade de reiterar o compromisso da OIT em continuar apoiando o Brasil”, disse Salazar.

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